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Trocando a suspa da S-Works por garfo rígido de carbono

Depois do lançamento em 2017 da Orbea Alma M-LTD com garfo rígido, uma bike XC, fiquei fascinado pela ideia de ter uma bicicleta MTB sem a tradicional suspensão hidráulica/pneumática. Entretanto, no Brasil é difícil adquirir uma Orbea top de linha, apesar de haver um revendedor aqui na cidade, a marca não é boa em negociação.

Em 2018, surgiu uma oportunidade de pegar uma Specialized S-Works Epic Hardtail, que abracei de corpo e alma, uma vez que já tinha uma Epic de alumínio e gostava muito das suas características. Só que o desejo do garfo rígido não me saia da cabeça, tanto que cheguei a cogitar a troca da suspensão da Epic, mas o projeto não amadureceu porque acabei trocando de bike.

Após um ano rodando com a S-Works, fui descobrindo aos poucos o rolo da manutenção do cartucho RockShox Brain que a equipa. Ele é selado e só pode sofrer manutenção em oficina dotada de bomba de vácuo de injeção de nitrogênio, isso porque se restar bolhas de ar no óleo, os retentores se deterioram com o tempo, comprometendo o funcionamento da válvula inercial Brain. A solução, cara, é mandar o cartucho para manutenção na própria Specialized, coisa que eu não estava disposto a fazer.

Fui no representante Specialized aqui da cidade, onde tinha comprado a S-Works e expus o meu dilema, e que além dos custos de manutenção, havia o meu desejo de ter uma bicicleta XC rápida e ágil, com a eficiência subida acima de uma gravel, sem perder as características MTB. O revendedor propôs trocar a minha suspensão por peças, aí aproveitei para pegar todos os itens da primeira troca de grupo, que necessariamente deverá ser feita por motivo de desgaste.

Eu já pesquisava há algum tempo nos sites a disponibilidade de garfos de carbono. Uma boa opção era o Niner, mas o custo de $ 550 doletas lá fora era desencorajador, porque certamente ia incidir um imposto em cima, digamos, mais um 50 dólares de frete, fica 600 dólares, aí a Receita joga 60% em cima de tudo e a coisa pode ir pra 1000 dólares.

Então eliminei os americanos Niner e Enve, assim como os europeus. Restaram os garfos de origem chinesa, que algumas empresas ocidentais encomendam sob projeto via OEM. Consultei várias lojas no AliExpress e também alguns pequenos fabricantes de peças de carbono que comercializam no seu próprio e-commerce. Um deles que me interessou foi o Tandell, que usa o carbono japonês Toray. No entanto, acabei optando pelo fornecedor polonês Rinasclta, que usa os carbonos Toray nas especificações T800 e T1000.

Fiz a compra, paguei com o PayPal e esperei 32 dias para o garfo chegar em casa. Optei pela peça sem pintura alguma e sem lixamento, em estado bruto, porque era a única disponível para pronta entrega. E a minha ansiedade era muito grande para esperar duas semanas a mais!

Hoje estou com o garfo instalado e funcionando perfeitamente. A oficina onde fiz o serviço teve que encaminhar os CAPS do cubo dianteiro para a usinagem numa tornearia porque o padrão encaixe usado era 32 mm e o padrão dos garfos rígidos é 21 mm. Mas deu tudo certo e o freio a disco de 180 mm está funcionando redondinho!

Sobre o uso é só alegria! Já testei em subidas de terra e descidas, pavimento de pedra irregular, etc, e superou as minhas expectativas. No asfalto então, é só alegria! O rendimento de uma bicicleta que não fica perdendo potência no sobe/desce do amortecedor aumenta muito!

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