Pular para o conteúdo principal

Como aumentar o seu rendimento na bicicleta? Usando inteligentemente a alavanca!

Autor:
Não posso me considerar um marinheiro de 1ª viagem no ciclismo, uma vez que desde a infância ando de bicicleta, depois tive moto por muitos anos. Mesmo assim, depois de muito tempo sem bike, a minha volta está sendo marcada por conhecimentos técnicos que não dispúnhamos antigamente.

Então, virou uma verdadeira saga a escolha do selim, a definição da sua altura, inclinação e recuo. No início do meu retorno, o meu selim ficava baixo, até que me sentia confortável com a posição, que me permitia encostar no chão com as pontas dos pés. Ao cabo de 1 mês troquei de mountain bike e continuei com o selim posicionado abaixo do padrão mínimo, cerca de 2 cm abaixo do que o bikefit realizado na loja determinara.

Devido à ânsia de aumentar o meu rendimento no pedal, ou seja, usar marchas um pouco mais pesadas e trocar menos as coroas, fui na internet pesquisar e encontrei o cálculo padrão que define a altura mínima do selim: medida do cavalo x 0,883

Cavalo = altura do chão (de pés descalços) até o meio das pernas, que você pode medir apoiando um livro ou uma prancheta na parede e prendendo-o com as pernas fechadas.

A altura do selim é tomada desde o meio do eixo do movimento central, correndo a fita métrica seguindo o mesmo ângulo do suporte do canote da bike até a borda externa do selim.

Apliquei a fórmula e deu 78 cm x 0,883 = 68,874 cm

A coisa toda melhorou muito, mas senti que poderia melhorar mais. Assim, fui aumentando a partir dessa altura mínima até chegar ao valor de 75,5 cm. Aconselho a manter anotada essa medida para reconfigurá-la no caso de manutenção, troca, ou rebaixamento do selim que pode ocorrer durante o uso.

Entretanto, quanto mais alto ficava o selim, tinha que mexer também no grau de inclinação e no recuo. Abandonei a posição clássica do selim paralelo ao chão e inclinei um pouco o nariz para frente, para liberar a pressão na zona do períneo. Para aumentar as possibilidades de mudança de posição dos ísquios, aumentei o recuo para trás perto da marcação máxima existente no trilho do selim.

O resultado das novas configurações é que parece que comprei uma bicicleta nova bem mais performática! Principalmente o meu rendimento nas subidas aumentou, digamos assim, no mínimo umas 3 ou 4 marchas. E aquelas trocações de coroas no câmbio dianteiro diminuíram consideravelmente.

E a explicação é muito simples, se você adquire a capacidade de aguentar um selim mais alto, mais precisamente no máximo (um ponto antes daquele em que para pedalar você precisa abaixar o quadril), você potencializa as suas alavancas que atuam sobre os pedais.

O tipo de calçado (se você não usa sapatilha) também influencia na força, porque a flexibilidade da sola diminui a força empregada. Para quem não usa sapatilha, existem modelos específicos de tênis para o ciclismo.

Um teste adequado para saber se a sua altura de selim está adequada é observar na pedalada a posição dos seus pés em relação ao pedal. Se a tendência natural do pé é posicionar o meio no pedal, então o selim está baixo. Quando a planta do pé se torna a posição naturalmente favorita, mesmo que você não esteja observando, então a altura do selim está ajustada.

Este é o tipo de observação impossível de ser feita por quem esteja usando sapatilhas, pois os taquinhos fixam o pé arbitrariamente na posição ideal da planta do pé, aí o piloto que recorrer a outros estratagemas.

Tão certo quanto ao pedalar, você deva manter os joelhos levemente flexionados, é que quando ficam demasiadamente flexionados, você perde bastante o efeito alavanca de cima para baixo. Por isso é importante você conferir, usando um prumo, se a ponta do seu joelho (na posição dos pedais paralelos ao chão) coincide com o eixo do pedal. Essa figura tem a ver com a otimização da alavanca que você forma necessariamente ao pedalar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cubos com Rolamentos ou Esferas – qual é o melhor? Qual roda gira mais livre?

Autor: Isaias Malta A velha polêmica cessará algum dia? O certo é que as bikes mais sofisticadas (caras) vêm com os tais “sealed bearings” (rolamentos selados) e aquelas abaixo de 5k vêm equipadas com anéis de esferas alojados em cones (cup and cone hub). Então, aparentemente só há argumentos bons em relação aos rolamentos e merda em cima das esferas? Errado! O melhor então seria reformular a pergunta: qual é o melhor, um cubo com rolamentos mais ou menos ou um cubo de esferas/cone de alta qualidade? Também é verdade que há por aí bikes meia boca com rolamentos chineses cujas rodas parece que giram com areia dentro. Se é verdade é que as pessoas têm problemas nos dois mundos, então vamos colocar alguns argumentos que pesam do lado das rejeitadas esferas. Aliás, a minha GT Zaskar 27.5 Sport está na faixa de preço que não comporta rolamentos, mesmo assim as rodas giram com uma liberdade absurda! E ainda melhor, sem produzir ruído algum, digamos assim, o característico zunido dos r...

Cubos rolamentados ou com esferas soltas, qual é o melhor?

Autor: Isaias Malta Essa questão dificilmente pode ser definida de maneira simples, pois se afirmarmos que as bicicletas mais sofisticadas vêm com rolamentos e as mais baratas vêm com cubos de esferas soltas, somente estaremos focando uma parte da verdade. A verdade é que também pode haver bicicletas simples equipadas com rolamentos selados e sofisticadas equipadas com esferas soltas (a marca Shimano não trabalha com rolamentos selados). O que se lê nos fóruns é muita gente reclamando de rolamentos xing-ling que fazem barulho, não rodam bem e trancam em pouco tempo. Contudo, há outros usuários que decantam em prosa e verso as virtudes dos seus cubos de esferas e não adotam de jeito nenhum os rolamentados. Por conta da tremenda confusão reinante nesse assunto, que embaralha a cabeça dos iniciantes, coloco aqui a minha experiência, já que tive duas bicicletas, uma boa e a atual excelente, a primeira com esferas e a atual com rolamentos selados. Experiências com esferas soltas / co...

Galeria de selins sem nariz que salvam a vida sexual do(a) ciclista

Autor: Isaias Malta Os especialistas em saúde sexual masculina afirmam que os ciclistas se divide em 2 grupos: dos que estão impotentes sexuais e o dos que ficarão. E a explicação para essa tragédia é que os selins tradicionais jogam 25% do peso corporal sobre a região do períneo, onde ficam a próstata, a raiz do pênis, e artérias responsáveis pela irrigação do órgão sexual. Assim, uma atividade física, a princípio valiosíssima, pode vir a ser causa de problemas graves de saúde. As mulheres também têm seus percalços, uma vez que sofrem dores devido à constante pressão exercida contra a sua genitália pelo bico dos selins tradicionais. Homens com hipertrofia da próstata se encontram completamente alijados do ciclismo, se não buscarem soluções alternativas de assentos. Ciclistas que sofrem sensação de dormência depois de pedais longos devem abandonar inteiramente a concepção de que “ainda não se acostumaram” aos seus selins caros, bonitos e de marcas famosas. O corpo humano não foi ...