Foto: Total Women Cycling
Autor: Isaias MaltaVocê compra uma bike e duas coisas podem ocorrer: ou ela vem absolutamente sem pedais, ou vem com uns vagabundinhos de plástico praticamente descartáveis. Acho que é melhor até vir sem, porque aí nos obrigamos a escolher um que se adapte melhor ao nosso perfil.
Infelizmente, a maioria dos ciclistas não dá a mínima importância aos pedais, apesar deles serem a principal instância de transmissão da sua energia. Então, se usamos pedais que custam em média 2 dezenas de reais, contra 6 mil reais despendidos na bike, devemos chegar à conclusão de que estamos empregando motor de fusca num Rolls-Royce.
Vê-se pelos comentários na internet, que um bom pedal plataforma não sai por menos de uns 300 reais. Será que isso fator suficiente para justificar a prática generalizada de usar pedais vagabundos? Vamos listar a seguir algumas características que um pedal plataforma razoável deve ter para aumentar o prazer da pilotagem.
- Espessura
O melhor é ser mais fino. Entretanto, pedais muito finos tendem a ser mais flexíveis, o que não é bom pois drena uma parte da força do ciclista.
- Rigidez (stiffness)
Neste quesito, indubitavelmente todos os pedais de plástico sofrem torções inacreditáveis que abocanham uma parte da força empregada. Pedais metálicos muito delgados e/ou muito pequenos também tendem a falsear o pé e desviar uma parte da energia.
- Área de apoio
Não adiante comprar um belo pedal pequeno, se o seu pé é grande. Também não é bom ter um pedal muito grande para um pé pequeno, pois as coisas devem primar pela justeza, além disso, pedais grandes pesam mais.
- Peso
Logicamente o fator peso é sempre essencial numa mountain bike! Portanto, evite os pedais muito pesadões e, talvez, grandes demais para o tamanho do seu pé.
- Capacidade de segurar o pé (Grip)
Grip significa a capacidade do pedal de manter o pé fixo, mas sem prender demais. Para isso, os pedais têm cravos. No entanto, alguns pedais são dotados de cravos muito finos, o que dificulta a sua regulagem e substituição. Nos pedais mais simples, os cravos são ressaltos no próprio alumínio, que gastam com o uso. Mesmo nesses casos há possibilidade de restituir os cravos.
- Rolamentos ou Esferas (sealed cartbridge – loose bearings)
Em 1º lugar, pedais mais básicos (os originais da Caloi T-Type por exemplo) não têm qualquer sistema de diminuição do atrito, consistem simplesmente de um eixo de aço envolto por um cartucho de plástico.
O melhor dos mundos num componente que gira na beira da lama e da poeira das estradas é ter rolamentos selados. Aí é que a coisa encarece! Os pedais equipados com esferas encaixadas em colar de esferas pressionados contra cones por porca e contra-porca devem ser desmontados, limpos e ter a graxa trocada de tempos em tempos, ou sempre que o piloto nota dificuldades no giro.
- Giro livre (spinning)
Algo que deve ser sempre inspecionado é a facilidade com que os pedais giram. Qualquer sinal de aumento na fricção do pedal no seu giro ao redor do eixo significa dissipação de força empregada na impulsão da bicicleta. Cabe aqui ressaltar que enquanto os pedais de baixo custo ficam girando livremente com um empurrão da mão, os pedais sofisticados não giram livremente, mas "maciamente" (smoothly). Nos pedais com esferas é importante notar se o seu giro passa uma sensação de areia ou pedrinhas soltas, ou se gira dando trancos. Neste caso, o desmonte, limpeza e verificação do estado das esferas, anéis e cones e aperto devem ser procedidos.
- Tipo de material
Os materiais começam do simples nylon, passando pelo alumínio, até titânio, magnésio, molibdênio, carbono, etc. Os eixos também variam, desde o aço comum até materiais mais resistentes e leves. Você normalmente não vai escolher seu pedal pelo tipo de material, mas pelo custo, estética, funcionalidade. Confessemos que o custo é fator preponderante, pois alguns pedais podem facilmente custar mil reais!
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