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Quem se preocupa com bicicletas comuns a preço acessível? Os canais especializados não!

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Não sei se é o seu caso, mas acho que a grande maioria dos brasileiros, quando decide comprar uma bicicleta, fica chulhando nos sites dos grandes magazines para pegar algo bonzinho entre 500 e 900 reais. Este é definitivamente o meu caso!

O vídeo abaixo exemplifica muito bem o quanto os canais especializados em bikes são voltados para os ricos. É só um exemplo, o sujeito ensina a montar e regular um câmbio Sram X4. Ora, se você vai ver o preço de um negócio desses, está na faixa de 200 reais. Se o meu câmbio (e o da maioria das bikes anunciadas por aí) custa entre 20 e 25 reais, o cara está falando sobre um objeto do mundo da lua!

Gostei do comentário feito no vídeo por um internauta esperto:
“O problema desse e outros canais é que só falam de manutenção de peças caras a maioria das pessoas usam quadro comum e cambio comum porque ninguém quer investir mais de 600 reais em uma bike para andar no dia a dia, porque a manutenção será mais cara, meu cambio traseiro custa 25 reais e é ótimo me serve bem em tudo, seria bom se alguma dessas lojas trouxessem um conteúdo de manutenção para brasileiros comuns que ganham um salário mínimo de preferência. Aí sim todo mundo iria estar constantemente olhando os vídeos nesses canais.”

E a resposta de outro usuário: “eu vim no vídeo tentando instalar meu cambio comum que tirei para limpar mas no vídeo usa gancheira e todos os canais que eu assisti só tem manutenção de bicicletas caras pra mim inacessível onde mudam vários aspectos como posição dos parafusos e a gente se perde pois a gente tem bicicletas mais simples."

E a réplica: “É isso mesmo moço o que tentei dizer, algumas manutenções tive que ver com o mecânico ou pedir ajuda a um amigo, porque muitos dos vídeos que vejo é todo com peças caras e manutenção diferente, ai acaba não sendo útil.”



Não precisamos dizer que bikes de 600 pilas são para pobres ou miseráveis, mas para todos aqueles que não fazem disso uma profissão ou uma compulsão, portanto, torna-se inviável investir em componentes que levam facilzinho a magrela para além dos 3 mil reais. Certamente, não vou trocar coisa alguma na minha Caloi T-Type, pois já tenho muitas outras formas de jogar dinheiro fora.

UPDATE: um mês depois de uso da T-Type, percebi que ia esmoer logo logo a suspensão, quadro, já tinha entortado o câmbio algumas vezes, por certo os aros não iam aguentar muito. Além disso, os aneis de esferas do guidão já estavam abrindo o bico. Apresentava uns estalos no canote, em resumo, para o meu peso total de 86 kg essa bike não ia durar muito. Descobri que a T-Type se adequa para serviços leves pilotada por gente leve. Então, antes dela quebrar, decidi partir para uma MTB de verdade, pois essas de supermercado são vendidas como tal, parecem como tal, mas estão longe de ser a tal.

Pelo menos a T-Type me ensinou rapidinho tudo o que uma péssima bike pode ser: nada ergonômica pelo quadro curto, cansativa pelo peso e péssimas relações, componentes completamente descartáveis ("componentes Shimano" alegados chegam a ser uma piada), facilmente desregulável, suspensão mole e curta de 50 mm com comportamento tragicômico em terrenos irregulares. Portanto, o vendedor que me meteu esse neném sem fazer mil ressalvas está de parabéns, pois nunca mais entrarei na sua loja!

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